terça-feira, 10 de junho de 2014

Conheça mais sobre Paulo Gabiru

Foto: Rayza Lélis
Paulo Gabiru, paulistano de nascimento, criado na baixada santista, reside há um bom tempo em Bom Jesus da Lapa, cidade ribeirinha do rio São Francisco, no interior da Bahia.

Componente de um quadro de compositores que interagem para o fortalecimento da música popular regional em nosso país, compositor, intérprete e instrumentista, compõe com boa dose de dramaticidade o perfil épico da região são franciscana, articulando acordes nos meandros de um contexto sócio-cultural.

Músico integrante do “Quinteto Fred Dantas”, que sob a regência do maestro Fred Dantas se apresentava por Salvador e todo o interior da Bahia.

*1993 lançou o álbum “Beiradeiro” em parceria com o músico Clerbet Luis, composto de canções autorais.

*2001 lança o CD Renascença que contém parcerias com Clerbet Luis e Orlando fraga, conta ainda com a participação de Xangai como intérprete, na canção “Razão”, canção essa que fez parte da trilha sonora do filme “Espelho d’água” sob a direção de Carla Camuratti, sendo ainda a grande vencedora do I Festival de música da Rádio Educadora FM de Salvador em 2003.

*2007 Lança o CD “Um cantador do São Francisco”, tendo como diretor musical o músico Alisson Menezes. Com esse trabalho Paulo Gabiru reafirma o seu compromisso em contar e cantar as lendas e histórias do maior rio genuinamente brasileiro e do povo ribeirinho que vive à suas margens.

*2009 Show Um Cantador do São Francisco no SESC Campinas.

*2012, Show no Festival Avuador em Vitória da Conquista, BA, projeto patrocinado pela Conexão Vivo através da Lei de Incentivo FAZCULTURA. Apresentação no projeto Conversa de Compadres, com Alisson Menezes e Gutemba. Show na II Virada Cultural de Bom Jesus da Lapa com Josy Lelis.

*2013 Apresentação na II Celebração das Culturas dos Sertões em Juazeiro, Apresentação no projeto Quinta Musical SESC Vitória da Conquista, Show no Natal da Cidade em Vitória da Conquista.

*2014 Gravação e  lançamento do CD “E o Jogo Continua”, contemplado no edital Calendário das Artes 2 de 2013, da FUNCEB.

domingo, 8 de junho de 2014

Paulo Gabiru: ENCANTADORIA

Por Ribeiro Pedreira

10151305_535143116598245_6639780345066925413_nQuem vê a circunspecção do olhar que habita o rosto estampado na capa do disco não avalia a leveza aveludada da gravidade vocal e a agilidade dos dedos que deslizam sobre as cordas do violão de Paulo Gabiru. Não imagina a densidade da sua “Razão”, contrapondo-se à doçura instigante da sua “Cantiguinha”. Gabiru está para além dos limites da chamada “cantoria”, apesar da existência (aqui e ali) de características desta modalidade, neste “Renascença”. Suas canções singram o Velho Chico, profanando ladainhas, seja numa “Cidadinha” ou num pomar imenso em meio à “Avenida Paulista”.

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Evocam uma poesia que vem de dentro, vem suave, adentrando as portas encostadas dos corações. Evocam também uma malícia felina, ao testemunhar que “em festa de gato, malandro vai de sapato de pano”. Tem o vigor que afirma Assis Mello, no encarte do disco, “Esse lirismo suave tem uma força tremenda, parece que a índole doce do cantor enfrenta as intempéries das dores e permanece altiva apesar dos diabos.” Gabiru, portanto não é um cantador. É, antes, um encantador, um mestre no mais profundo significado da palavra!